“Qual a primeira
proclamação pública que Jesus fez após ser batizado por seu amigo João?
‘Arrependam-se!’”. Expressões como essa, e tudo que é espiritual e demanda
implicações éticas e morais, numa geração, onde tudo é aceitável, são pouco populares,
inclusive entre os que frequentam igrejas. Porém, a verdade é que se você tirar
de seu testemunho cristão o arrependimento, irá à esterilidade espiritual.
Sem ser capaz de dizer desculpe-me, você não pode desfrutar da
misericórdia de Deus. Este sobressalente tônico chamado graça não pode
lubrificar sua alma se você não se arrepende. Verdadeiramente, Jesus, por sua
morte, tirou de nós os pecados. Sim, nós, como filhos de Deus, não estamos sob
a lei. Sem nenhuma dúvida, Deus mudou o ponto de vista sobre mim e você quando
nós nascemos novamente por meio de Jesus Cristo. Então, como é que não
necessitamos arrepender-nos?
Francamente, eu luto cada dia contra as tentações que enredam
minha natureza carnal, que é tenaz e persistente. Encontro-me, quase todos os
dias, dizendo: “perdoe-me” a meus amigos e ao meu Senhor. Não estou falando
acerca de assassinatos, roubos, adultérios, pecados óbvios, e muitas
circunstâncias, bastante fáceis de reconhecer. Mas, o orgulho, as desavenças, a
mentira, os rancores, os ódios, os descuidos com o Senhor e a hipocrisia. Não
seria eu acusado de presunçoso se lhe dissesse que se você não tem do que se
arrepender, não necessita do Salvador?
Se você se submetesse a um severo exame, um “Raio-X”, não seria
possível que a “chapa” mostrasse o seu coração com alguma artéria obstruída ou
seu estômago com algum problema, por exemplo? Confesso que, talvez, alguns dos
meus órgãos se mostrariam com problemas. Falando agora de vida espiritual, não
há pecados cometidos dos quais você não tenha se arrependido e que encontram-se
ocultos dentro de sua alma? Não teria você relacionamentos interrompidos
simplesmente porque você se recusa a dizer: “perdoe-me?” Não se arrepender é a
mais alta forma de orgulho, além de um abuso grotesco do amor de Deus.
O arrependimento requer expressão verbal: “desculpe-me”,
“perdoe-me”. Demanda, às vezes, restituição para a reconciliação. É uma
experiência de recompensa e edificação. “Perdoe-me” é um testemunho que agrada
a Deus. Somente quando me achego arrependido a Deus é que vejo a medida de sua
misericórdia. A luz da graça brilha mais forte quando a alma arrependida chora
diante de Deus: “Pequei, perdoa-me”.
Não é difícil encontrar cristãos de “caras fechadas”. Por quê?
Principalmente porque não descansam e gozam no Senhor. Por quê? Principalmente
porque, por meio de sua jornada pelo mundo, já não dizem: “perdoe-me,
desculpeme!”. Possuo, hoje, amigos que algum dia foram meus inimigos. Eu os
feri, eles me feriram. Em cada caso, a reconciliação começou com um de nós
chegando-se ao outro e dizendo: “desculpeme pelo que lhe fiz ou disse”. O
resultado – uma aliança e reconciliação – tem sido o ressonante testemunho do
meu Senhor Jesus Cristo que, pela sua misericórdia e paciência, não se lembra
de nossas faltas confessadas e abandonadas.
“Arrependam-se”, diz-nos Ele, o Senhor Jesus, em termos de
definida atitude para com Deus e o nosso próximo. Torna-se, desse modo, o
arrependimento uma das mais altas e lindíssimas manifestações da vida
espiritual que o Espírito Santo inocula em nosso ser.
Diz o conhecido brocardo: “errar é humano; mas o permanecer no
pecado é diabólico”. Essa é a experiência humana e que não pode ser negada.
Mais séria e significativa é a palavra de Jesus: “Em verdade eu vos digo que,
se não vos arrependerem, de maneira nenhuma sereis salvos”. É por isso que
tanto João Batista como Jesus Cristo iniciaram seu ministério com a
proclamação: “Arrependei-vos! Amém!”.”
Rev. Wilson de Souza – Pastor da Oitava
Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte nos anos 1978-1987
Fonte: http://www.oitavaigreja.org.br
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