Brennam Manning, conhecido escritor
católico afirma que ao visitar um idoso sacerdote, à beira da morte, este lhe
confidenciou que nunca havia pedido a Deus fama, posição, riqueza,
reconhecimento público ou posição, mas que não gostaria de jamais perder o
assombro com as coisas.
Este “assombro”, ou a capacidade de
ser surpreendido por Deus diante dos fatos, é um grande desafio na vida tantas
vezes repetida, tediosa e monótona. Quão grandiosa pode ser a experiência de
perceber que aquilo que aconteceu não poderia ser articulado por mãos humanas,
mas apenas Deus na sua grandeza poderia realizar, já que tal evento era tão que
estava além das reais possibilidades de planejamento, imaginação ou sonho.
De fato, não podemos perder esta
capacidade de ser surpreendido pelo novo, de ficar admirado com a bondade de
Deus, que usa eventos ou pessoas comuns ou especiais, para realizar seus
propósitos na história. Isto nos mantém numa atraente perspectiva.
Quando o povo de Deus encontrava-se
cativo na Babilônia, depois de setenta anos de exílio, o grande imperador Ciro,
(Medos e Persas) fez um decreto inusitado, abolindo a escravidão do povo judeu
e sem maiores explicações, liberando-os para voltar a Israel e reconstruir
Jerusalém e o templo que estava em ruínas, e não apenas isto, mas ainda deu
provisão e recursos políticos e financeiros para a realização da obra.
Neste contexto de admiração e
surpresa, foi escrito o Salmo 126: “Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião,
ficamos como quem sonha. Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua
de júbilo e entre as nações se dizia. Grandes coisas o Senhor tem feito por
eles. Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós, por isto estamos
alegres”.
Este salmo revela a alegria e espanto
do povo ao ver a intervenção sobrenatural de Deus nos eventos cotidianos e
comuns da história. Deus havia levantado um homem especial a quem ele chamou de
“seu servo”, para demonstrar bondade e generosidade para a realização de um
propósito de paz e benção que deixaria um legado para as futuras gerações.
Deus usa instrumentos incomuns para
que possamos encontrá-lo nos lugares inesperados. Estes instrumentos
humanos se tornam extraordinários, porque são usados por Deus para abençoar
vidas, mesmo sem terem plena certeza de que se trata de um ato sobrenatural de
Deus. Assim a graça de Deus se revela: graça para quem dá, e graça para quem
recebe.
Não ignoremos a capacidade de Deus em
surpreender-nos. Não percamos a capacidade de enxergá-lo, movendo-se
invisivelmente na dinâmica da vida, apontando caminhos e abrindo portas para
fatos inusitados da história. Deus é sempre capaz de surpreender o incrédulo,
encorajar o desanimado, dar perspectivas a quem só vê escombros, abrir portas
por onde ninguém podia transitar. Peça a Deus que o surpreenda na história...
Autor: Samuel Vieira. Pastor na Primeira Igreja
Presbiteriana de Anápolis, Goiás
Fonte: http://www.ipbanapolis.org.br/site/?pg=mensagem&id=1127
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