segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

EMPREGO OU TRABALHO?

Durante a primeira fase da sua vida profissional, o ser humano luta com todas as forças para conseguir um emprego, não importa onde nem como ou mesmo no que, desde que tenha a oportunidade de mostrar a real capacidade de produzir alguma coisa útil para conquistar alguns trocados. Num primeiro momento, ele não está muito preocupado com esse negócio de vocação, missão ou com o fato de encontrar algo que goste de fazer. Nessa fase, o que importa mesmo é a vontade de progredir e de se sentir aceito pela sociedade.

Com o tempo, descobre-se que existe uma diferença considerável entre emprego e trabalho. Emprego é o que você faz por dinheiro; trabalho é o que você faz por amor. Emprego é aquilo que você encontra facilmente; trabalho é o que você demora a encontrar e muitos talvez nunca encontrem. Emprego nem sempre tem algo a ver com a sua vocação; trabalho tem tudo a ver com a sua vocação. Emprego é o que move as pessoas para trás; trabalho é o que move as pessoas para frente. Emprego é algo que se deseja para sobreviver; trabalho é algo que provoca sentido de realização.

A maioria das pessoas vai passar a vida toda correndo atrás de emprego apenas para satisfazer suas necessidades básicas. Talvez elas não queiram nada mais do que um simples emprego e não há nada de mal nisso. Cada um vive à sua maneira, afinal, não está escrito em lugar algum que ambição e crescimento profissional são obrigatórios na vida de ninguém.

Apesar dessa constatação, é fácil encontrar pessoas que reclamam com frequência do cargo, do salário, do chefe, da falta de reconhecimento e até mesmo da vida que lhes parece injusta. Pior do que isso, o tempo passa e quando você as encontra novamente, de tempos em tempos, descobre que elas estão na mesma empresa, no mesmo cargo, no mesmo setor ou departamento, praticando o mesmo discurso e talvez ganhando o mesmo salário. Em suma, a comodidade do emprego não desperta sentido de contribuição. 
Infelizmente, algumas empresas também adoram esse tipo de pessoa, sem ambição, do tipo que reclama, mas faz, o bom soldado. Parte delas prefere estimular a submissão que transforma os profissionais em verdadeiros autômatos sujeitos ao tempo produtivo do relógio, desde que isso não represente perigo para o seu crescimento nem signifique desperdício de dinheiro com treinamento e coisas do gênero.
A realidade é dura. Não é tão simples encontrar o emprego ideal, aquele que se pode contar para todo mundo com orgulho e que provoca sorrisos de orelha a orelha cada vez que alguém pergunta o que você faz. Lamentavelmente, poucas pessoas foram orientadas a procurar trabalho, num sentido mais amplo. Em geral, as pessoas são orientadas a procurar um emprego e isso faz uma diferença enorme com relação à energia, ao tempo e ao modo como as pessoas se dedicam a uma profissão ou atividade.

Um dos maiores avanços provocados pela Geração Internet e pela Sociedade da Informação foi a possibilidade de pensarmos que somos capazes de aprender tudo e fazer tudo, ou quase tudo. Entretanto, o que vai atestar a nossa capacidade de realização e a nossa credibilidade é a forma como nos relacionamos com a sociedade através do exercício da nossa profissão. Quanto mais próximos da vocação original, mais próximos da perfeição, da originalidade, do sentido de realização. Quanto mais trabalharmos com amor, maior o sentido de contribuição e maior a aceitação por parte da sociedade.
Emerson, o grande pensador americano, dizia que leva-se muito tempo para descobrir o quanto somos ricos. Não nascemos prontos, mas nascemos com habilidades singulares que nos diferenciam de todos os demais seres humanos na face da Terra. Portanto, em vez de procurar um emprego, procure um sentido na vida, algo pelo qual valha a pena investir a maior parte do seu precioso tempo, algo que sinta orgulho de fazer e que transforme a sua vida num caminho digno de ser percorrido. A vida é curta para ser desperdiçada com coisas que não promovem o seu bem-estar e a felicidade das pessoas ao seu redor.
Experimente isso e seja feliz!
Autor: Jerônimos Mendes - Administrador, Coach, Escritor, Professor Universitário para Cursos de MBA e Palestrante com mais de 35 anos de experiência profissional em empresas de médio e grande porte
http://www.jeronimomendes.com.br/emprego-ou-trabalho/


UM MESSIAS PARA O MUNDO

Não é difícil escutarmos o termo “messias” sendo usado hoje em dia, principalmente no meio político, onde messianismo se refere a aqueles que se autoproclamam “salvadores da pátria”. Apesar de ser um termo conhecido e muito usado, sua origem no mundo ocidental está diretamente ligada ao ambiente religioso cristão, onde Jesus é proclamado como o Messias da humanidade, mas com um significado muito mais amplo que o de Salvador.
A palavra Messias significa “ungido”, uma referência à cerimônia de coroação do rei nas culturas antigas, mas com uma importante diferença: Jesus era o Ungido de Deus. Não foi à toa que Ele logo passou a ser chamado de Jesus Cristo, que é a versão na língua grega de Jesus, o Messias (esse, na língua hebraica). Mas, por que Jesus era esse ungido de Deus? Por que a humanidade precisava de um Messias?
Tudo começa no início do relato da humanidade em Gênesis, quando o primeiro casal resolve rejeitar o governo de Deus sobre suas vidas, aceitando uma proposta maléfica de se tornarem independentes. A reação de Deus vem acompanhada da promessa de um descendente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente, o mal personificado, não sem antes também sofrer por causa desse mesmo mal, sendo ferido no calcanhar (Gênesis 3.15).
Assim, a história da redenção começa com um outro casal, Abraão e Sara, quando Deus afirma que através da descendência dele famílias de todas as nações da terra seriam abençoadas (Gênesis 12.3). Jacó, neto de Abraão, já no fim da vida, abençoa um de seus filhos, dizendo que um rei, um ungido, sairia de sua descendência. O nome desse bisneto de Abraão era Judá, de cuja linhagem veio o Rei Davi, um herói conquistador, mas ainda infectado pelo mal da serpente, e, por isso, desqualificado como aquele que a esmagaria.
As gerações seguintes a Davi provaram-se ainda mais desqualificadas, deixando-se levar pela atração do dinheiro, sexo e poder, até seguindo deuses pagãos. Assim, o povo de Israel foi levado cativo pelos Impérios Assírio e Babilônico. Entretanto, em meio a tanto caos, Deus levantou profetas para falar ao povo de que sua promessa de enviar um Rei que derrotaria o mal ainda estava de pé. Dentre eles, Isaías fala desse Rei que seria ferido de morte por causa do pecado da humanidade, mas que viraria uma fonte de cura para as nações (Isaías 53).
E é à sombra dessas profecias que o Novo Testamento começa apresentando Jesus de Nazaré, descendente de Adão, Abraão, Judá e Davi. Ele sai anunciando que o Reino de Deus havia chegado, confrontando o mal, curando as pessoas, perdoando pecados. Até que Ele mesmo recebe a mordida fatal da serpente, morrendo na cruz. O que parecia ser a vitória final do mal recebe uma reviravolta completa, quando Jesus ressuscita e decreta sua vitória sobre a morte. Ele sobe aos Céus e é glorificado diante do Pai como “Rei dos Reis e Senhor dos Senhores” (Apocalipse 19.16).
A morte e o mal ainda são uma realidade para a humanidade, mas nossa vitória sobre ambos se inicia através da fé em Jesus como o Cristo, o Ungido, o Messias de Deus, quando o reconhecemos como esse Rei dos reis sobre nossa própria vida. A partir daí, não só passamos a desfrutar nesta vida dessa vitória, como aguardamos o desfecho final, quando ele retornará para a destruição final da serpente e a restauração completa da Criação (Apocalipse 21 e 22).
Pr. Luís Fernando Nacif Rocha Pastor na Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte
fonte: oitavaigreja.org.br

NÃO PERCA O FOCO, CONCENTRE-SE NO QUE É IMPORTANTE

A vida é feita de escolhas. A todo momento estamos tomando decisões. Algumas delas positivas, outras negativas. Algumas nos impulsionarão, outras nos puxarão para trás. Há escolhas acertadas e escolhas insensatas. Há lutas que merecem nosso empenho; outras que drenam nossas forças. Há batalhas dignas de serem travadas; outras que tiram o nosso foco. Destacaremos aqui, alguns pontos:
Em primeiro lugar, não olhe pelas lentes do retrovisor; olhe para frente. O apóstolo Paulo diz que precisamos esquecer as coisas que para trás ficaram, para podermos avançar para aquelas que diante de nós estão. Se ficarmos sempre olhando pelas lentes do retrovisor, presos ao passado, não sairemos do lugar. Para avançarmos, precisamos nos desvencilhar de todo peso e amarras. Um corredor não pode ter bom desempenho com uma mochila pesada em suas costas. Há pesos que prendem nossos pés ao chão. Há amarras emocionais que nos impedem de caminhar vitoriosamente. Há pendências que adoecem nossa alma e tiram-nos o entusiasmo de viver. Não permita, portanto, que sua alegria seja roubada. Não consinta que sua alma fique presa no cipoal da amargura. Não coloque seus pés no laço do ressentimento. Não entregue sua mente aos devaneios e perturbações. Não terceirize seus sentimentos. Mantenha-se focado no que Deus chamou você para fazer.
Em segundo lugar, não discuta com os críticos, vença os seus gigantes. Quando Davi foi levar provisão para seus três irmãos mais velhos que estavam no campo de batalha contra os filisteus, tomou conhecimento da afronta que Golias impunha aos soldados de Israel. O jovem pastor, corajosamente, se dispôs a enfrentar o gigante. Seu irmão mais velho, Eliabe, irritou-se com Davi. Humilhou-o diante dos soldados de Saul. Tentou achatar sua estima e reduzi-lo à insignificância. Eliabe queria tirar o foco de Davi, mas Davi não o permitiu. Davi não gastou seu tempo nem suas energias com o irmão crítico. Ele tinha uma causa para lutar. Ele tinha um gigante a vencer. Ele tinha um opróbrio a ser tirado de Israel. Ele tinha uma guerra a ser vencida. Se você escutar seus críticos, você perderá a alegria, a paz, o sono, o apetite, o foco.
Em terceiro lugar, não discuta com os inimigos da obra, trabalhe com maior entusiasmo. Quando Neemias chegou em Jerusalém, a cidade já estava há mais de cento e vinte anos debaixo de escombros. O desânimo do povo era imenso. A oposição dos inimigos era esmagadora. A restauração parecia impossível. Neemias, porém, orou a Deus e agiu. Avaliou a situação e convocou o povo ao trabalho. Dispôs o povo nas funções certas, nos lugares certos, com a motivação certa. Os inimigos se levantaram para paralisar a obra. Usaram as mais diferentes armas para atingir Neemias, para enfraquecer o povo e para deter a reforma. Neemias, porém, enfrentou todos os ataques com oração e trabalho. Suportou todos os ataques e críticas com firmeza pétrea. Instou o povo a trabalhar e a vigiar. Quando todos os esforços dos inimigos foram baldados, tentaram a cartada do diálogo. Chamaram Neemias para assentar-se ao redor de uma mesa, mas ele disse: “Eu estou fazendo uma grande obra e não posso descer”. Neemias não perdeu o foco. Ele sabia que a distração podia ser fatal. Ele sabia que a obra de Deus não é para ser discutida, mas para ser realizada.
Em quarto lugar, não discuta a obra, faça a obra enquanto é tempo. Quando Jesus desceu do monte de transfiguração, havia um pai aflito, com um filho endemoninhado precisando de libertação. O pai já havia apresentado seu filho aos discípulos de Jesus, mas eles não puderam curá-lo. Em vez dos discípulos estarem comprometidos com uma agenda positiva de oração e ação, estavam discutindo com os escribas. Em vez de estarem fazendo a obra, estavam discutindo a obra. Em vez de estarem orando e jejuando, buscando poder para fazer a obra, estavam discutindo com os opositores da obra. Na verdade, os discípulos perderam o foco, gastando o tempo com uma discussão infrutífera. Ainda hoje, corremos o risco de perdemos nosso tempo com uma agenda que nada produz para o reino de Deus. Ainda hoje corremos o risco de gastarmos nosso tempo discutindo a obra, em vez de investirmos nosso tempo fazendo a obra. Não perca o foco, concentre-se naquilo que é importante!

Rev. Hernandes Dias Lopes. Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil e apresentador do programa Verdade e Vida

Fonte: http://hernandesdiaslopes.com.br/

PLANEJANDO COM SEGURANÇA

Recentemente vimos o que um planejamento errado pode fazer, quando o Brasil descobriu que um piloto de avião, de forma irresponsável, tirou a sua própria vida e a de dezenas de pessoas. Ele decidiu, apesar de todos os avisos, apesar de sua formação técnica, realizar uma viagem sem margem de segurança alguma quanto ao combustível. Seu planejamento sem segurança foi fatal!

Estamos iniciando um novo ano, é tempo de aprender com os nossos erros e acertos. É tempo de olhar para o nosso projeto de vida e perguntar se estamos planejando com segurança, pois, a experiência já revelou que se queremos chegar bem é preciso dar os primeiros passos certos em direção aos nossos objetivos.

A primeira coisa é definir o que é prioritário, isto é indispensável em sua caminhada. Iniciar um planejamento significa um grande passo para a realização, pois, o simples fato de considerar um alvo, um objetivo de vida, já revela seu interesse em progredir e alcançar seus sonhos. O que é prioritário na vida é a definição do “porque”. Certamente, alguns dirão que você deve se preocupar com o “como”, ou “quando”, mas o propósito de seu planejamento é o mais importante.

Um texto muito conhecido é o de João 3.16, que diz: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

Perceba que a primeira coisa que Deus deixa claro é o “porque” de toda a Sua obra de salvação. “Porque” Deus amou ao mundo, toda a história da salvação aconteceu.
Ao planejar seu ano de 2017, pergunte ao seu coração onde está e qual é o seu “porque”, pois, isto irá revelar o seu propósito de vida.

Porque você crê que sem Jesus Cristo nada pode ser realizado, pois, Jesus mesmo disse: “sem mim nada podeis fazer”(João 15.5). Porque você sabe que Deus pode realizar todos os seus sonhos e projetos quando eles estão de acordo com a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus”(Romanos 12.2). Porque você sabe que é Deus quem efetua em sua vida tanto o querer quanto o realizar (Filipenses 2.13). Porque você sabe que para ser realizado você precisa fazer tudo para a glória de Deus (1 Coríntios 10.31). Então inicie seu ano planejando com segurança, na certeza de que o seu relacionamento com Deus deve ser o seu grande “porque”. Quando chegar o final do ano, e alguém te perguntar, como você alcançou suas bênçãos, você possa testemunhar com alegria dizendo: “porque Deus foi prioridade em minha vida e Ele abriu as portas para tantas bênçãos!”.
Que Deus nos abençoe!



Rev. Leonardo Sahium

Pastor na Igreja Presbiteriana da Gávea – RJ
Extraído: http://ipgavea.org/category/pastorais/


Resoluções para o Ano Novo

Apesar de toda frustração e desencanto por outros alvos anteriormente estabelecidos – e não alcançados – em tempos passados, aprecio o “simbólico” da passagem do ano. Emocionalmente sentimos que algo foi concluído, fechou-se um ciclo. E isto pode ser muito positivo.

No livro do Profeta Isaías há uma exortação: “Não lembreis as coisas passadas, nem considereis as antigas”, penso que esta palavra se aplica bem a cada um de nós, ao tomarmos novas resoluções e estabelecermos novos alvos. Ter um momento como ponto de partida pode ser altamente benéfico em se tratando de alvos e objetivos, afinal, estamos virando a página da história, um novo tempo começou, o calendário mudou.

Existem muitos alvos: Perder alguns quilos, organizar melhor a agenda, ter mais tempo para si e para a família, aumentar a produção da empresa, receber uma promoção, conseguir tirar de férias (alguns dizem que não é possível encontrar tempo nem dinheiro para isto), ter mais compromisso com a família (os pais estão idosos, os filhos adolescentes precisando da nossa presença), reavivar compromissos espirituais (a correria está afastando muitos da igreja), ler a bíblia toda neste ano, ser mais generoso com os recursos – a lista pode ser quase interminável.

Provavelmente você falhará num destes compromissos, mas pelo menos tente. Pode ser que você até descubra uma nova fonte de prazer ao assumir atitudes diferentes, afinal, “melhores atitudes, maiores altitudes”. Vá em frente. O calendário é fator motivacional para eliminar comportamentos tóxicos e estabelecimento de novos valores e princípios.

Um antigo ditado afirma que “o uso do cachimbo entorta a boca”. Pode ser que você tenha adotado um estilo de vida tão disfuncional em determinado momento da sua vida e incorporado esta forma de ser e viver de uma maneira tal que passou a acreditar que é assim que são as coisas... descobrir  novas maneiras de fazer as coisas pode ser libertador. Entender que a vida segue sem a gente, pode ser terapêutico. Se você adoecer ou morrer de estresse, esteja certo de que seus filhos e esposa vão sobreviver – e isto pode lhe assustar: Talvez até melhor sem você!

Você não é insubstituível. “o cemitério está cheio de gente insubstituível”.

Tome algumas decisões.


A mudança de calendário ajuda, inspira, motiva. Mesmo que você descubra que não conseguiu atingir seus alvos, não tenha medo de estabelecê-los, pois ao fazer isto, vai perceber que o fracasso pode ajudar a entender que precisa ser mais diligente e aplicado, e que o objetivo continua sendo bom. Mantenha-o sempre como meta para um estilo de vida mais saudável e abençoador.


Autor: Rev. Samuel Vieira – Pastor na Igreja Presbiteriana Central de Anápolis – GO

Fonte: http://revsamuca.blogspot.com.br/2015/01/resolucoes-para-o-ano-novo.html

A CORRUPÇÃO E PODER DO EVANGELHO

“...quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.” (Ef. 4.22-24)




No dia 28 de setembro deste ano, o Colégio Episcopal da Igreja Metodista, lançou o manifesto: “PELO ENFRENTAMENTO DA CORRUPÇÃO” Por uma gestão pública e ação parlamentar proba, democrática e transparente em todos os níveis. Todos nós brasileiros, evangélicos, católicos, pessoas de bem e de ética, estamos estarrecidos com a crescente corrupção em nossa nação. Neste manifesto, os bispos disseram: “Percebe-se, das denúncias apresentadas à opinião pública, que o crime de corrupção nas esferas de poder está freqüentemente acompanhado de outro crime: o tráfico de influência. Este binômio tem causado sérios e permanentes prejuízos à população brasileira, especialmente aos setores mais empobrecidos, pelo desvio de recursos que poderiam ser aplicados a melhorias na saúde pública, educação, saneamento básico, a previdência, etc.”  
Como povo de Deus somos comprometidos com os valores do Reino de Deus. Não podemos nos conformar com este século (Rom. 12:1,2) Temos que ser voz profética em nossa cidade e nação. Para isso, temos que começar a dar o exemplo. 
Infelizmente nem sempre isso tem acontecido. Basta observar que em tempos de eleições alguns líderes evangélicos e católicos se unem ao sistema político e econômico da nação, supostamente crendo que, fazendo uso do poder mudará a sociedade. Ao apoiarem este ou aquele candidato, sem o devido critério tornam suas denominações reduto de atividades políticas em que imperam políticos corruptos e desalmados. Tal comportamento é vexatório porque impede a Igreja de ser verdadeiramente uma voz profética. Quero propor neste artigo uma ação transformadora onde a igreja, o corpo de Cristo tem como ponto de partida um “tripé”.        
                  
A Igreja denuncia o pecado. É preciso que se denuncie o pecado e suas conseqüências, o seu poder destruidor de aniquilar as vidas, separar a família, separar o homem de Deus, trazer pestes e doenças, ódio e desavenças, inimizades e condenação. É de absoluta importância que se fale de seu salário: "Porque o salário do pecado é a morte" (Rom 6:23). Não podemos esquecer que a raiz de toda corrupção está no coração do homem pecador.                                                                                                                                             
A Igreja aponta para o amor de Deus. A mesma voz que denuncia: "o salário do pecado é a morte", é a mesma que declara "o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rom 6:23). A mesma voz que denuncia: "todo o mundo está no maligno" (1º João 5:19), é a mesma que declara: "para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo"(1º João 3:8). Quando o ser humano recebe o amor de Cristo em seu coração ele é transformado. A Igreja não aponta soluções meramente humanas. A solução para a sociedade passa pelo impacto do amor de Deus que é derramado nos corações.   
                                       
A Igreja chama ao arrependimento. A Igreja deve imitar o profeta João: "E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizendo: Arrependei vos, porque é chegado o Reino dos céus" (Mat 3:1-2). 0 grande êxito do cristianismo reside no chamamento que a Igreja, através da sua mensagem salvadora, faz ao mundo. Pedro, no dia de pentecostes, tomado de poder e graça no Espírito, conclamou o povo ao arrependimento (Atos 2:37). Através do arrependimento o corrupto se torna uma nova pessoa, mudando de dentro para fora as suas atitudes e se tornando uma pessoa honesta. (Ef. 4:24-28)                                                                   
Só o poder do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo pode solucionar o problema crescente da corrupção no Brasil, pois assim teremos nossa mente renovada e um novo homem criado à imagem e semelhança de Deus. Um novo homem, com novas atitudes, sendo um agente de transformação na sociedade, colocando em prática os ensinamentos de Cristo; definindo metas com esperança e fé por dias melhores; e o amor a Deus e ao próximo como medida de justiça, santidade e paz.

Gilberto Oliveira Rehder. Pastor na Igreja Metodista em Catalão

Fonte: http://prgilbertorehder.blogspot.com.br/2011/12/corrupcao-e-poder-do-evangelho.html


OS PROFETAS FALAM DA CRISE POLÍTICA

As inúmeras gravações e delações que foram expostas recentemente à sociedade brasileira revelam as entranhas de um sistema político e empresarial altamente corrupto e que alimenta a ganância pelo poder e pela aquisição de riquezas ilícitas. Homens que deveriam somar forças para tornar o país mais justo, estável e próspero perverteram as suas funções e maquinaram o mal para o benefício próprio.

O Brasil implode estarrecido por imaginar que as informações acessadas são ínfimas diante das reais transações de propinas que alimentam diariamente este sistema, desde as menores prefeituras a mais alta cúpula política.

Os sentimentos de impotência, desesperança, vergonha, indignação e tristeza se sobrepõem. Aqueles que carregam algum fragmento de justiça, verdade e honestidade estão rendidos, abatidos e exaustos. Se por um lado é animador observar parte do judiciário trabalhando com seriedade para expor o caos, por outro é estarrecedora a conclusão de que o problema é endêmico e institucionalizado. Os raios de esperança oriundos da possibilidade dos políticos corruptos serem devidamente punidos e banidos da vida pública, são ofuscados pela ausência de líderes que, realmente, representam os anseios daqueles que almejam por uma transformação.

Este cenário é avaliado por economistas, sociólogos, juristas, filósofos, cientistas políticos, jornalistas e também por todos os brasileiros que expõem as suas percepções de acordo com a construção sociocultural. Outros países estão atentos aos acontecimentos que alvoroçam a realidade nacional. Mas o que os profetas bíblicos dizem? O profeta Habacuque afirma: “fazem-se culpados estes cujo poder é o seu deus” (Hc 1.11). Miquéias profetiza: “Com as mãos prontas para fazer o mal, o governante exige presentes, o juiz aceita suborno, os poderosos impõem o que querem; todos tramam em conjunto” (Mq 7.3). Isaias diz que este mal resulta de uma nação que despreza o Senhor: “Ai, nação pecadora, povo carregado de iniquidade, descendência de malfeitores, filhos corruptores; deixaram ao Senhor, blasfemaram o Santo de Israel, voltaram para trás.” (Is 1.4).

O problema não é apenas brasileiro. A maldade impera em todo o mundo e entristece indivíduos, lares e nações. No entanto, felizmente, a Bíblia revela a solução para esta amarga questão: “Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor” (Sl 33.12). Deus é a fonte que faz jorrar a verdadeira alegria sobre as nações, por isso, Ele mesmo orientou o rei Salomão quanto ao caminho para que isso ocorra: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”. (2 Cr 7.14). Este sempre foi o convite do Senhor através dos profetas: “arrependei-vos!”.
Que a igreja obedeça esta instrução e que o Senhor visite a nação promovendo contrição, cura e restauração.


Autor: Alexandre Rodrigues Sena. Pastor auxiliar na Igreja Presbiteriana da Gávea no Rio de Janeiro RJ

Fonte: http://ipgavea.org/category/pastorais/page/2/

VOCÊ PODE TER CERTEZA DE SUA SALVAÇÃO

“Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor” (2Tm 2.19).
O apóstolo Paulo, o paladino do Cristianismo, em sua derradeira epístola, alerta o jovem Timóteo a não perder o foco de seu ministério, envolvendo-se em falatórios inúteis e profanos (2Tm 2.16). Também, afirma que alguns, nessa prática, desviaram-se da verdade (2Tm 2.17,18). Longe, porém, do veterano apóstolo estar abrindo uma brecha para a possibilidade da perda da salvação, afirma com diáfana clareza, a segurança da salvação, aduzindo dois eloquentes argumentos:
Em primeiro lugar, os salvos são conhecidos por Deus (2Tm 2.19a). “O Senhor conhece os que lhe pertencem…”. Deus nos conheceu de antemão (Rm 8.29). Escolheu-nos conforme sua própria determinação e graça em Cristo antes dos tempos eternos (2Tm 1.9). Escolheu-nos em Cristo antes da fundação do mundo (Ef 1.4). Escolheu-nos desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade (2Ts 2.13). Nessa mesma linha de pensamento, o apóstolo Paulo diz: Deus conhece os que lhe pertencem (2Tm 2.19). O ensino insofismável das Escrituras é que Deus nos amou primeiro e nos atraiu para si com cordas de amor. Fomos escolhidos, chamados e justificados. Nossos pecados foram perdoados, nossa dívida foi paga e nosso nome está escrito no livro da vida. Fomos comprados por alto preço, resgatados da morte e declarados justos diante do tribunal de Deus. Nossa salvação não é resultado das obras que realizamos para a Deus, mas da obra que Deus realizou por nós, na cruz do Calvário. Deus nos amou quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Éramos escravos e ele nos libertou. Estávamos perdidos e ele nos encontrou. Estávamos mortos em nossos delitos e pecados e ele nos deu vida. Fez-nos seus filhos e seus herdeiros. Agora, somos membros do corpo de Cristo, ovelhas do seu pastoreio e ramos da Videira verdadeira. Somos a sua herança, a menina dos seus olhos e a sua delícia, em quem ele em todo o seu prazer. Nossa vida está segura nas mãos de Cristo e de suas mãos ninguém pode nos arrebatar. Nada nem ninguém, neste mundo ou no porvir, pode nos separar de seu amor, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. Estamos seguros porque o próprio Deus que nos criou, nos escolheu e nos salvou nos conhece como sua propriedade exclusiva!
Em segundo lugar, os salvos vivem em santidade (2Tm 2.19b). “… e mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor”. A gloriosa doutrina da eleição tem sido atacada por muitos e não entendida por outros. Longe dessa verdade induzir o descaso com a santidade, promove-a. O ensino claro das Escrituras é que Deus no escolheu pela santificação do Espírito e fé na verdade (2Ts 2.13). Deus nos escolheu para sermos santos e irrepreensíveis (Ef 1.4). Deus não nos chamou para a impureza e sim para a santificação (1Ts 4.7). Logo, aqueles a quem Deus conhece como seus e que professam o seu nome,  apartam-se da injustiça (2Tm 2.19). A evidência da eleição é a santificação. Ninguém pode se julgar um eleito de Deus se não vive em santidade. Ninguém pode comprovar sua eleição, senão pela prática da piedade. Os que são de Deus vivem em novidade de vida. Aqueles a quem Deus conhece têm um novo coração, uma nova mente e uma nova vida. Quem pratica o pecado é escravo do pecado, ainda permanece nas trevas e não conhece a Deus, pois Deus é luz. A segurança da nossa salvação não está estribada em quem nós somos, mas em que Deus é e, no que ele fez por nós, em nós e através de nós!
Hernandes Dias Lopes – Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, Palestrante e autor de diversos livros

Fonte: http://hernandesdiaslopes.com.br/portal/voce-pode-ter-certeza-de-sua-salvacao/

O Natal e o Nome do Menino

"Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles" (Mateus 1:21).

De acordo com o relato acima do Evangelho de Mateus, o nome de Jesus Cristo foi dado pelo anjo Gabriel quando anunciou seu nascimento a José, desposado com a virgem Maria.  Gabriel não somente disse que Maria estava grávida pelo Espírito Santo de Deus como orientou José a chamar o filho de "Jesus". 

A razão para este nome, cuja raiz em hebraico significa "salvar," é que aquele menino, filho de Maria e Filho de Deus, haveria de salvar o seu povo dos seus pecados, conforme anunciou o anjo.
Não precisamos ir mais longe do que isso para entender o significado do Natal. Está tudo no nome do Menino. No nome dele, Jesus, temos a razão para seu nascimento, a sua identidade e a missão de sua vida. Em outras palavras, aquilo que o Natal realmente representa.

A razão do seu nascimento é simplesmente esta, que somos pecadores, estamos perdidos, não podemos resolver este problema por nós mesmos e precisamos desesperadamente de um Salvador, alguém que nos livre das consequências passadas, presentes e futuras dos nossos erros. Deus atendeu nossa necessidade escolhendo um homem como nós para ser nosso representante e Salvador, alguém que partilhasse da nossa humanidade e fosse um de nós. Esse homem nasceu há dois mil anos naquela manjedoura da cidade de Belém, num pais remoto, lá no Antigo Oriente. E ganhou o nome de Jesus por este motivo.

Sua missão era assumir nosso lugar como nosso representante diante de Deus e sofrer todas as consequências de nossos pecados, erros, iniqüidade, desvios e desobediências. Em vez de castigar-nos com a morte eterna, como merecemos, Deus faria com que ele a experimentasse em nosso lugar, que ele experimentasse toda dor e sofrimento conseqüentes dos nossos pecados. Essa missão foi revelada logo ao nascer pelo anjo Gabriel ao recitar seu nome a José: Jesus.

Para nos salvar de nossos pecados, ele teria de sofrer e morrer, ser sepultado, ficar sob o domínio da morte e desta forma pagar inteiramente nossa dívida para com Deus. Somente assim poderíamos ser salvos das consequências eternas de nossa desobediência. Mas, para que os benefícios de seu sofrimento e de sua morte pudessem ser transferidos a outros seres humanos, ele não poderia ter pecado ou culpa pois, senão, ao morrer, estaria simplesmente recebendo o salário do seu próprio pecado. Mas, se ele fosse inocente, sem pecado e perfeito, sua morte teria valor para os pecadores. Por este motivo, ele foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria, ainda virgem, Filho de Deus, sem pecado. O Salvador tinha que ser Deus e homem ao mesmo tempo.

Quando um colunista, que objeta ao nascimento sobrenatural de Jesus, escreveu recentemente em um jornal de grande circulação de São Paulo que virgens não dão à luz todos os dias, ele estava mais certo do que pensava. Esse é o único caso. Jesus é único. Deus e homem numa só pessoa. Nem antes e nem depois dele virgens engravidam sobrenaturalmente. Da mesma forma que Deus não cria mundos todos os dias, também não gera salvadores de virgens cotidianamente. Pois nos basta este.

O famoso teólogo suíço Emil Brunner disse que todo homem tem um problema no passado, no presente e no futuro. No passado, culpa. No presente, medo. E no futuro, a morte. Jesus nos salva de todas estas consequências do pecado: nos perdoa da culpa de nossos erros passados, nos livra no presente do medo ao andar conosco e nos livrará da morte pois ressurgiu dos mortos e vive à direita de Deus. Um dia haverá de nos ressuscitar.

É isto que o Natal representa. É por isto que os cristãos o celebram com tanta gratidão e alegria. Nasceu o Salvador. Nasceu Jesus!  Como este anúncio alegra o coração daqueles que têm culpa, sentem medo e sabem que vão morrer!


Autor: Augustus Nicodemus é bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte, em Recife, mestre em Novo Testamento pela Universidade Cristã de Potchefstroom, na África do Sul, e doutor em Hermenêutica e Estudos Bíblicos pelo Seminário Teológico de Westminster, na Filadélfia (EUA), com estudos adicionais na Universidade Reformada de Kampen, na Holanda. Atualmente, é pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia.

Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com.br/2011/12/o-natal-e-o-nome-do-menino.html

STF DECIDE QUE ABORTO ATÉ TERCEIRO MÊS NÃO É CRIME

Mas, será que crianças não nascidas não têm direito à vida?
No meu entender, há dois pontos cruciais em torno dos quais gira as questões éticas e morais relacionadas com o aborto provocado. O primeiro é quanto à personalidade do embrião. O segundo, quanto à santidade da vida.
O primeiro ponto depende da resposta­ a essa pergunta: quan­do é que, no processo de concepção, gestação e nascimento, o embrião se torna um ser humano, adquirindo assim o direito à vida? Muitos que são a favor do aborto argumentam que o embrião, e depois o feto, só se tornam um ser humano após determinado período de gestação, antes do qual abortar não seria assassinato. Em 1973 a Suprema Corte dos Estados Unidos passou uma lei permitin­do o aborto, argumentando que uma criança não nascida não é uma pessoa no sentido pleno do termo, e portanto, não tem direito constitucional à vida, liberdade e propriedade. Agora o Supremo Tribunal Federal decide que até três meses depois da concepção não é crime matar pelo aborto a criança não nascida. Entretanto, muitos biólogos, geneticistas e médicos concordam que a vida biológica inicia-se desde a concepção. As Escrituras confirmam este conceito ensinando que Deus considera sagrada a vida de crianças não nascidas. Veja, por exemplo, Êxodo 4:11; Êxodo 21:21-25; Jó 10:8-12; Salmo 139:13-16; Jeremias 1:5; Mateus 1:18; e Lucas 1:39-44. Apesar de algumas dessas passagens terem pontos de difícil interpretação, em termos gerais a Bíblia ensina que o corpo, a vida e as faculdades morais do homem se originam simultaneamente na concepção.
Os Pais da Igreja, que vieram logo após os apóstolos de Cristo, reconheceram esta verdade, como aparece claramente nos escritos de Tertuliano, Jerônimo, Agostinho, Clemente de Alexandria e outros. No Império Romano, o aborto era praticado livremente, mas os cristãos se posicionaram contra a prática. Em 314 o concílio de Ancira (moderna Ankara) decretou que deveriam ser excluídos da ceia do Senhor durante 10 anos todos os que procurassem provocar o aborto ou fizessem drogas para provocá-lo. Anteriormente, o sínodo de Elvira (305-306) havia excluído até a morte os que praticassem tais coisas. Por todos estes pontos acima, os cristãos em geral entendem que crianças não nascidas são seres humanos, são pessoas, e que matá-las é assassinato.
É verdade que não há um preceito legal na Bíblia proibindo diretamente o aborto, como “Não abortarás”. Mas a razão é clara. Era tão inconcebível que uma mulher israelita desejasse um aborto que não havia necessidade de proibi-lo explicitamente na lei de Moisés. Crianças eram consideradas como um presente ou herança de Deus (Gênesis 33:5; Salmos 113:9; 127:3). Era Deus quem abria a madre e permitia a gravidez (Gênesis 29:33; 30:22; 1 Samuel 1:19-20). Não ter filhos era considerado uma maldição, já que o nome de família do marido não poderia ser perpetuado (Deuteronômio 25:6; Rute 4:5). O aborto era algo tão contrário à mentalidade israelita que bastava um mandamento genérico, “Não matarás” (Êxodo 20:13). Mas os tempos mudaram. A sociedade ocidental moderna considera ter filhos como um obstáculo à realização individual do homem e da mulher em especial, de ter uma boa posição financeira, de aproveitar a vida, de ter lazer, e de trabalhar.
O segundo ponto tem a ver com a santidade da vida. Ainda que as crianças fossem reconhecidas como seres humanos, como pessoas, antes de nascer, ainda assim suas vidas estariam ameaçadas pelo aborto. Vivemos em uma sociedade que perdeu o conceito da santidade da vida. O conceito bíblico de que o homem é uma criatura especial, feito à imagem de Deus, diferente de todas as demais formas de vida, e que possui uma alma imortal, tem sido substituído pelo conceito humanista do evolucionis­mo, que vê o homem simplesmente como uma espécie a mais, o Homo sapiens, sem nada que realmente o faça distinto das demais espécies. A vida humana perdeu seu valor. O direito à continuar existindo não é mais determinado pelo alto valor que se dava à vida humana, mas por fatores financeiros, sociológicos e de conveniência pessoal, geralmente utilitaristas e egoístas.
Esses pontos devem ser encarados por todos os cristãos.
Evidentemente, existem situações complexas e difíceis, como no caso da gravidez de risco e do estupro. Meu ponto é que as soluções sempre devem ser a favor da vida – inclusive da vida do feto. No caso do estupro, mesmo reconhecendo o sofrimento da mulher estuprada, devemos nos perguntar se a solução é matar a criança, que por sinal, não tem qualquer culpa da tragédia. Não podemos esquecer que o feto, mesmo o que tem problemas de malformação, é um ser humano, com direito à vida tanto quanto os que já nasceram. No caso da gravidez de risco, gosto de lembrar o que escreveu C. Everett Koop, ex-cirurgião geral dos Estados Unidos: “Nos meus 36 anos de cirurgia pediátrica, nunca vi um caso em que o aborto fosse a única saída para que a mãe sobrevivesse”. Sua prática nos casos de gravidez de alto risco era provocar o nascimento prematuro da criança, dar todas as condições para sua sobrevivência, e deixar a natureza seguir seu curso.
Ao mesmo tempo, é preciso que a Igreja se compadeça e auxilie os cristãos que se vêem diante deste terrível dilema. Condenação não irá substituir orientação, apoio e acompanhamento­.

Autor: Rev. Augustus Nicodemus Lopes. Pastor na Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia. Conferencista Internacional. Autor de diversos livros.