segunda-feira, 7 de setembro de 2020

O Perigo da Avareza

 

O pedido que certo homem fez a Jesus para que este o ajudasse num litígio sobre uma herança gerou uma demorada discussão sobre o relacionamento do homem com as riquezas (Lucas 12:13-34). Jesus respondeu com uma pergunta, uma afirmação, uma parábola e um sermão. Jesus perguntou: ”Quem me constituiu juiz ou partidor entre vós?”. Depois advertiu contra a ganância. Depois ainda contou a parábola do homem que só se preocupava em armazenar todas as suas mercadorias e não era rico em relação a Deus. Depois pregou a respeito da preocupação excessiva pelos bens materiais. 

As lições que Jesus dá acerca das riquezas devem ser aplicadas a cada um de nós. Os bens materiais muitas vezes tomam conta de nossa vida e de nosso pensamento. O desejo pelas coisas nos leva a dedicar tempo demais e trabalho demais para comprar a prestação sem podermos pagar e para murmurar, reclamando que não podemos ter tudo o que queremos. Jesus disse: “Onde está o vosso tesouro,aí estará também o vosso coração”. É tão fácil ficarmos presos a esta vida. Somos capazes de dedicar tanto tempo, atenção e esforço pelo nosso bem-estar material que não temos tempo ou ânimo de sobra para nos dedicar a Deus. 

Poucas pessoas se admitem ser gananciosas ou invejosas. Mas a Bíblia nos adverte constantemente contra esses pecados. Se o nosso coração está preso a esta vida, somos idólatras, independentemente de quão alto cantemos o nosso amor por Jesus. “Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lucas 12:15).

http://www.estudosdabiblia.net/2003420.htm

Uma ética para a vida

A propósito da nomeação do pastor Presbiteriano Rev. Milton Ribeiro para o Ministério da Educação, ouvi, com certa admiração, muitas pessoas comentarem: “Isso é bom porque a Igreja Presbiteriana é muito ética”. Minha admiração se deu por duas razões: a primeira é que, não só os Presbiterianos, mas todos os evangélicos deveriam ser éticos; a segunda é que a ética não pode ser uma particularidade de um grupo religioso, mas de toda a nação. No primeiro caso, se isso não tem acontecido é porque muitos evangélicos têm trocado a ética pelos resultados pragmáticos e mercadológicos da fé; no segundo caso, pelo fato da nação não querer abrir mão da nefanda ética de que “os fins justificam os meios”.

Vamos pensar em ética nesse artigo como sendo a área do conhecimento que investiga as ações e os relacionamentos humanos, gerando costumes e comportamento moral. Uma questão muito debatida na filosofia é a distinção entre moral e ética. Já que nosso espaço não permite essa abordagem, vamos apenas ressaltar o fato de que, embora haja distinção entre as duas realidades, elas se complementam. Como alguns têm asseverado (Norman Geisler, por exemplo), a moral e o caráter são decorrentes da ética assumida.

Fala-se em ética comercial (onde um não destrata o ramo do concorrente), ética política (em que se busca o bem comum e não os interesses pessoais ou partidários), ética religiosa (onde o proselitismo é negado e combatido), ética social (padrões de conduta assumidos pela comunidade) e assim por diante. E há, também, a chamada ética cristã – cujos valores são fundamentados por Jesus e baseadas na Palavra de Deus. Ela regula as particularidades das éticas descritas acima e se sobrepõe a elas pelo fato de serem imutáveis e normativas. Na prática, isso quer dizer que ela regulamenta o relacionamento do homem com o seu próximo, com o Criador, com a natureza e consigo mesmo. Portanto, há uma ética para o sexo, para a vida, para o trabalho, economia e finanças e para todas as atividades humanas. Não são várias, mas apenas uma que regulamenta os múltiplos aspectos do ser humano.

Uma questão essencial, porém, é a observação de que a ética, por mais que seja boa e relevante, não pode produzir fé ou méritos diante de Deus. Isso é importante porque muitas vezes as pessoas são dirigidas pela “meritocracia”, ou seja, o fato de pensar que sendo boas cidadãs e caridosas receberão automaticamente a devolução de Deus como um benefício de recompensa pessoal. Claro que o Evangelho é pautado por uma ética (o sermão do monte em MT 5-7 mostra isso), mas a vida cristã está muito além apenas do cumprimento da lei moral. Vida cristã diz respeito à mudança de vida pelo arrependimento e fé, comunhão com Deus e vida dedicada a Ele em consagração. Esse é o ponto de partida para que a vida não se perca na ética dissoluta de que “tudo é permitido” ou de que “não existe pecado do lado de baixo do Equador”.

Para concluir, quero deixar registrado de que dia 12 de Agosto a Igreja Presbiteriana do Brasil comemorou 161 anos de presença em terras brasileiras. Meu desejo é que ela seja não apenas uma Igreja ética, mas também bíblica, servidora, missionária e totalmente útil ao Deus que a criou.

Deus possa abençoar a todos.




Rev. Onildo de Moraes Rezende

(Pastor da Igreja Presbiteriana de Jales, Bacharel em Teologia, Licenciado em Pedagogia, Pós-Graduado em Docência Universitária, Mestre em Aconselhamento)

quarta-feira, 24 de junho de 2020

DIREITO DE IMAGEM Exposição nas redes sociais


Vivemos uma realidade totalmente diferente de alguns anos atrás onde a
fotografia, por exemplo, era feita somente por câmeras fotográficas, feitas em ocasiões especiais, e era necessário revelar o filme para ter acesso às imagens registradas. Porém, atualmente quase todas as pessoas possuem smartphones com câmeras embutidas, podendo assim, registrar qualquer momento a qualquer hora do dia.
Esta tecnologia permitiu registrar momentos únicos e inusitados para serem guardados e até publicados na internet; contudo, publicar fotos de terceiros sem autorização poderá resultar em grandes problemas, como, por exemplo, a indenização por danos morais.
          Por mais comum que possa parecer a criação de perfis falsos em redes sociais, ou o compartilhamento de conteúdos na internet, sem qualquer averiguação da veracidade, temos que ter a noção de que o nosso direito começa quando termina o do outro, e isso não é diferente no mundo da internet.
          O direito de imagem está ligado a tudo que identifica o sujeito. E olha que brincadeira cara tudo isso pode sair: essa mesma pessoa exposta e ofendida nem sequer necessita de prova do prejuízo para conseguir a indenização pela publicação não autorizada quando a imagem é utilizada para algum fim econômico ou comercial, é o que diz a súmula 403 do STJ.
          Hoje em dia existem muitas contas nas redes sociais, por exemplo, que fazem uso da imagem de terceiros para fazer os famosos “memes”. Essas brincadeiras com a imagem do outro, principalmente na era digital na qual vivemos onde as pessoas ganham dinheiro para a publicação de imagens engraçadas diariamente, o cuidado deve ser redobrado.
          Quando ocorre a veiculação de imagens pessoais e profissionais sem a devida autorização, independentemente do meio tecnológico utilizado, haverá o dever legal de reparação, garantido pela nossa Constituição Federal que prevê que a violação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, origina o direito a indenização pelo dano material ou moral.
          O direito de imagem, apesar de ser considerado um direito autônomo, está diretamente relacionado com a vida privada, a honra e a reputação da personalidade de cada indivíduo.
           É um direito tão importante, que encontra fundamento, inclusive no artigo 12 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948, que dispõe que “ninguém será objeto de interferências arbitrárias em sua vida privada, sua família, domicílio ou correspondência, nem de ataques a sua honra ou reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques”.
           Por isso, não há dúvidas de que hoje, a imagem está necessariamente ligada à vida social do ser humano e por isso merece respeitada para não causar danos. 
          Entretanto, a sociedade em geral deixou de preservar valores como o respeito, e atualmente parece ser “comum” fazer o uso das redes sociais para o compartilhamento e divulgação não autorizada da imagem de outrem, seja para fins econômicos, seja para outros fins.
          A divulgação não autorizada da imagem de pessoas mortas em acidentes, bem como de fotos íntimas de mulheres nas redes sociais são exemplos comuns de violação à imagem. Pelo fato de tal violação atingir diretamente a honra e a dignidade da pessoa, surge o dever de indenizar, como forma de amenizar o sofrimento moral causado à vítima ou à sua família. 


GABRIELA GOMES FELIPE, advogada.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

O PECADO DO RACISMO

No dia 30 de maio Martin Luther King iria se encontrar com o presidente dos EUA, John F. Kennedy. Mas, o presidente não pode receber este pastor ativista que lutava contra a discriminação racial. O que há em comum entre estes dois homens? Os dois viveram na mesma época, no mesmo país, eram famosos e ambos foram assassinados à tiro. Depois que Kennedy morreu com um tiro certeiro, o pastor King disse que sentia que isso iria acontecer com ele também. Pelo simples fato dele receber muitas ameaças.       

Nos EUA, uma situação social aflorou o problema existente do racismo naquele país. O fato se deu quando, no dia 25 de maio (última segunda-feira), um policial matou George Floyd, homem negro, asfixiado durante uma abordagem em Minneapolis. O policial, que primeiramente foi demitido e depois preso, realmente cometeu um ato errado e lamentável. Hoje, sua esposa pediu o divórcio. Pode ter sido racismo? Sim. Mas, não quero julgar este ponto, ou seja, a motivação. As motivações que não conseguimos perscrutar e saber ao certo, Deus sabe. Mas, o ato, sim, podemos emitir nossa opinião. Já que as imagens mostram a força desproporcional e a abordagem totalmente deplorável e inadequada. Por conta do fato, manifestações acontecem ao redor dos EUA de forma deplorável também. Pessoas saqueiam lojas, depredam patrimônio privado e traz desordem, caos e mais ódio social.

King em sua luta social possuía uma abordagem totalmente pacifista. Esse foi e ainda é o exemplo de uma conduta correta, diferentemente de seu contemporâneo Malcom X, que incitava violência para combater o racismo e a violência. King, assim como todos os homens, são pecadores. Sua depressão e o escândalo de sua vida extraconjugal revelam aquilo que todos os cristãos já sabem. Por mais que alguém seja notável publicamente, ele sempre será um pecador e sempre precisará de um salvador. Nossa fé não está em pecadores, mas no único santo, Jesus. 

Toda essa situação revela três verdades. 

A primeira delas, é que o pecado do racismo não é algo que será extirpado nesta vida. Desde o surgimento dos povos na torre de Babel, esse é um problema crônico.

O evento da escrava africana (desculpem o anacronismo proposital), que desprezou Sarai por ter concebido de seu marido Abrão, ao passo da egípcia ser humilhada por sua senhora e que originou uma das maiores rivalidades raciais do mundo, nos mostra que o problema é antigo. O fato de Moisés ter defendido alguém de seu povo e ter matado um egípcio, mesmo tendo ele casado com uma etíope mais tarde, também revela a divisão racial existente desde a antiguidade. A própria segregação judaica ao longo dos anos nos mostra isso. Enquanto existir mundo na forma que conhecemos, existirá pecado, e o pecado do desprezo racial infelizmente existirá. Mas, chegara um dia no qual todos os cristãos serão glorificados e na redenção final não haverá discriminação.  

A segunda, é que a solução total jamais estará em lutas sociais, por mais que algumas lutas sociais sejam válidas. Mas, o verdadeiro cristão precisa saber que o social não resolve o problema do homem, não o redime. Toda luta por direitos justos é válida, mas ela sempre amenizará o problema, jamais extirpará o mal. Quando o problema é pecado, a única solução é Cristo.

A terceira, é que o pecado é universal. A generalização do problema, e esta é uma das poucas generalizações que não é burra, mostra exatamente que todos nós somos pecadores. Mesmo o grande avivalista Gerorge Withefield era a favor da escravidão nos EUA. Mas, ele não é o único pecador desta história. Muitos cristãos em sua época também não eram abolicionistas. Os apóstolos pecaram e nós pecamos também. Por mais que acertemos em uma área especifica da vida, também somos pecadores em diversas outras.   

No discurso de King na capital dos EUA, em que ele enfatiza a frase “I have a dream”, encontramos um discurso que entrou para a história. Esta parte do discurso me emociona até hoje: “Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!”.

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama, meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!”. King não viu o que hoje podemos contemplar. Os EUA mais justo neste quesito se comparado com seu tempo.

John Newton foi comandante de um navio negreiro inglês. Ele foi atormentado pelos seus pecados e teve um encontro pessoal com Cristo. Newton compôs o belíssimo hino “Amazing Grace”. Ele ouviu a melodia do hino de um escravo quando era transportado em seu navio. Em sua velhice, ele disse: "Minha memória já quase se foi, mas eu recordo duas coisas: que eu sou um grande pecador e que Cristo é meu grande salvador!".

No túmulo de Newton até hoje se lê: "John Newton, uma vez um infiel e um libertino, um mercador de escravos na África, foi, pela misericórdia de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, perdoado e inspirado a pregar a mesma fé que ele tinha se esforçado muito por destruir."

Desejamos ter em nosso tempo pessoas do mesmo calibre dos célebres abolicionistas cristãos como Willian Wilberforce, Phillis Wheatley, Martin Luther King e outros. Esses lutaram por uma sociedade mais justa. Como cristãos, desejamos dar fôlego àqueles que estão sufocados por causa do preconceito existente. E que a fala embargada dos injustiçados que dizem: “eu não consigo respirar”, possa encontrar em Jesus, o fôlego para a verdadeira vida onde não há qualquer injustiça.

Rev. Danilo Alves.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

O CRESCIMENTO DA IGREJA PRESBITERIANA NA CORÉIA DO SUL

Por Hernandes Dias Lopes

A Coréia o Sul é 82 vezes menor que o Brasil em extensão territorial e apenas 3 vezes menor em população. O país tem cerca de 99.000 Km 2 e 46 milhões de habitantes, dos quais, 30% são evangélicos. A Igreja Presbiteriana representa 75% dos evangélicos e possui 10 milhões de membros. Embora a Igreja Presbiteriana da Coréia seja 28 anos mais nova que a Igreja Presbiteriana do Brasil, ela é 20 vezes maior. Enquanto os presbiterianos do Brasil representem apenas 0,3% da população, na Coréia representam 22%. Só em Seul, capital da Coréia do Sul, uma cidade com 12 milhões de habitantes, há 10 mil igrejas presbiterianas. As principais denominações evangélicas da Coréia são:

1) Presbiteriana – 10.000.000 de membros
2) Metodista – 1.500.000 membros
3) Assembléia de Deus – 1.000.000 de membros

4) Batista – 500.000 membros
As principais causa do crescimento da igreja evangélica coreana são:

1) Uma Igreja que é Cabeça e Não Cauda

A igreja sempre esteve à frente nas grandes lutas e tensões sociais, determinando o rumo das mudanças mais importantes do país. Os crentes ocupam os principais postos estratégicos de liderança da nação. A Igreja, na verdade, é a esperança da nação.

2) Uma Igreja de Mártires

Deus sempre honrou o sangue dos mártires. Como dizia Tertuliano, ilustre pai da igreja: “o sangue dos mártires é o fermento da igreja”. A plantação da igreja na Coréia do Sul foi regada por muitas lágrimas e banhada por muito sangue. Centenas de crentes foram decapitados, estrangulados e mortos com requinte da mais perversa crueldade. Milhares de cristãos foram torturados por causa de sua fé, selando com seu sangue o testemunho do evangelho.

3) Uma Igreja com Vida Intensa de Oração

Não existe na Coréia do Sul, igreja evangélica sem reunião de oração de madrugada. Eles não acreditam em crescimento da igreja sem prática efetiva e intensa de oração. Os crentes afluem para o templo de madrugada para buscar a face de Deus, mesmo sobre o frio implacável de 20 graus negativos no inverno. Os pastores oram em média de 2 a 4 horas por dia. Oração é para eles prioridade fundamental e a causa precípua do crescimento da igreja.

4) Evangelismo Através de Grupos Familiares

A base da evangelização e da comunhão dos crentes são os grupos familiares. Para eles esse é o investimento estratégico mais importante para ganhar novas pessoas para Cristo e discipulá-los.

5) Grande Ênfase no Discipulado e Treinamento de Leigos

Estando na Coréia com um grupo de 80 pastores em abril de 97, visitamos igrejas de 6.000, 12.000, 18.000, 30.000, 55.000, 82.000, e 700.000 membros. Em todas elas vimos a forte ênfase no treinamento da liderança e no discipulado dos novos convertidos. A igreja, na verdade, é um exército em ação, onde cada crente exerce o seu ministério, conforme os dons que recebeu.

6) Grande Zelo Missionário

A igreja coreana investe pesado em missões. 25% dos pastores formados na Coréia do Sul estão se consagrando às missões. Há igrejas que investem 62% do seu orçamento em evangelização e missões. Em 1995, no Estádio Olímpico de Seul, 100.000 jovens coreanos consagraram-se para a obra missionária.
Cremos que a qualidade de vida dos crentes coreanos das
águas num fenomenal crescente numérico. Qualidade gera quantidade. Quando a igreja anda com Deus, Deus a faz crescer. Creio que Igreja pujante, guerreira, ousada e viva da Coréia do Sul é um modelo digno de ser imitado por nós, se queremos ver aqui nestas plagas os mesmos resultados.
Reverendo Hernandes Dias Lopes (LPC)


veja o vídeo 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Maria Geralda da Silva,

Para Maria Geralda da Silva, 70, técnica em enfermagem, uma das maiores lições em sua trajetória é o que se pode ensinar, às vezes, apenas pelo exemplo. Depois de voltar da viagem do Projeto Bolívia, ela contou, com alegria, que serviu como inspiração para que outras pessoas próximas escolhessem sua profissão. Trabalho que também é serviço, no mais belo sentido da palavra, pois é durante suas atividades que ela tem a oportunidade de acolher, cuidar e aconselhar outras mulheres, como ela lembra das mulheres tão simples atendidas na Bolívia, onde ela teve a oportunidade até mesmo de lavar os seus pés. Tamanha humildade só poderia ter vindo de um coração cheio da presença de Deus e disposto a deixar um legado de temor do Senhor: “Realmente, temos bênçãos para contar. Quem está cheio do Espírito Santo tem bênçãos para contar. Eu não tenho muitos dons de trabalhos manuais, essas coisas, mas o que eu sempre ensino para as mulheres, ensino no meu lar para minha filha, é temer muito a Deus e caminhar na presença do Senhor”, afirma.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Júlia Rangel

No caso de Júlia Rangel, 21, estudante de psicologia, além da questão da identidade, Deus trabalhou em seu coração a submissão e a paternidade. Criada em um ambiente complicado, seu pai agredia a sua mãe, ela teve, desde a infância, questionamentos sobre como poderia ser submissa em uma situação como essa. “Jesus ministrou muito em mim isso de submissão, que não é você obedecer simplesmente a qualquer tipo de homem ou situação, é você colocar primeiro, antes de tudo, a sua submissão a Deus”, ela expõe.
Segundo a jovem, seu aprendizado envolveu aceitar que ser vulnerável é também ser feminina, primeiramente, porque é preciso ser vulnerável para com Deus. Sua dificuldade até mesmo para chorar na frente de outras pessoas foi transformada na alegria de poder se expressar, com toda sua feminilidade: “Jesus realmente me mostrou que não tem importância você ser você, expressar o que você está sentindo, isso é ser mulher, isso é ser humano, na verdade, você ser vulnerável, você expressar a sua feminilidade e a sua doçura independentemente do que você sofreu, dos traumas que você sofreu, Jesus é muito maior do que todos esses traumas, e Jesus é aquele que restaura a nossa feminilidade, que restaura a nossa personalidade nele”, exclama.
Fonte: www.oitavaigreja.com.br

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Geruza Moura

A história de Geruza Moura, 37, professora, também envolve aceitação e autoimagem, mas desta vez, a sua vitória foi contra o preconceito. Ela conta que desde a infância, passando pela adolescência, enfrentou lutas na questão racial: “A sociedade nos anula querendo que a gente seja aquilo que a gente nao é, então eu tive muita crise por causa do cabelo, com o jeito de ser…”, relembra. Foi na universidade que ela pôde confrontar o racismo e mostrar ao mundo o seu valor, quando baseou sua monografia no tema da representatividade afro-brasileira nos livros didáticos. Sua pesquisa foi para fora do país e isso a fortaleceu ainda mais.


Ela comenta que, ao dar aulas, começou a ir com o cabelo natural, deixando de alisá-lo e isso fez com que várias de suas alunas a tivesse como um bom exemplo, pois enxergavam nela a representatividade que não tinham. Algum tempo depois, Geruza também entrou para o ramo da barbearia, valorizando os cachos, o black e devolvendo a identidade a tantas pessoas “escondidas” por trás de um cabelo com química. “É algo que me fortificou como pessoa, de me aceitar, de me amar, de gostar de mim do jeito que eu sou. Tantos diferentes também, às vezes, não se aceitam, queriam ser o outro, mas é uma mistura, Deus fez essa mistura é para compor um quadro. A beleza brasileira é maravilhosa e nós temos que nos enquadrar dentro disso porque foi Deus quem nos fez assim, e o amor próprio vai transmitir isso pro próximo”, enaltece.
fonte: www.oitavaigreja.com.br

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Evelyn Braga

Outra personagem feminina da Oitava é a adolescente Evelyn Braga, 17, estudante do terceiro ano do ensino médio. Sua história demonstra o amor de Deus e o cuidado do Pai em ensinar e orientar os caminhos de seus filhos. Nascida em berço evangélico, a jovem cresceu dentro do ambiente da igreja, recebendo as instruções da Palavra. “Eu sabia o que era certo e errado, mas eu só sabia, eu não tinha experimentado, sentido na pele de fato o que é o certo e o errado”, ela relata. Diante da mudança de escola e vivendo uma fase de transformações, Evelyn se viu em meio a pessoas diferentes dela, causando grandes questionamentos: “As meninas estavam desenvolvendo, já estavam entrando naquele ciclo mais complicado, tendo corpo mais desenvolvido, e eu demorei muito para desenvolver. Elas já estavam entrando naquela fase de olhar os meninos, os meninos olharem elas, e eu não”, conta.
A adolescente se sentiu excluída, se perguntava por que também não era como elas e se sentia incomodada, perguntando a Deus o porquê de tudo aquilo. “Eu tive que lidar com essa coisa de rejeição e de crise de identidade, de ficar assim: ‘quem sou eu, Deus? Por que eu sou desse jeito?’. E eu questionava muito a ele, não que Deus tivesse feito alguma coisa errada, mas o que eu fiz de errado para eu ser daquele jeito”. Em um dia de grande angústia, também passando por situações difíceis em casa, questionando o propósito de tudo, ela, em seu desespero, sentiu que Jesus estava respondendo suas orações: “Dizer que eu senti um quentinho no coração é muito simples, mas foi muito isso. Eu senti meu coração acelerar e, do nada, ele ficar em paz. Celebrando o mês da mulher, ouvimos as histórias de cinco membros da Oitava Igreja com grandes testemunhos da graça soberana de Deus. histórias marcantes Oitava Revista | 01 de março de 2020 11 Eu senti Deus falando comigo: ‘eu te criei, eu quem te fiz, eu sonhei com você, eu planejei, eu te desenhei, eu te dei forma. Por que a opinião dessas outras pessoas, esses comentários são mais importantes que os meus?”, explica.
O período também foi marcado pelo acompanhamento de sua avó no hospital, a oração por cura e a sua perda, em um momento de tranquilidade, após um ano de internações. Evelyn conta que o tempo de aprendizado a ajudou em sua caminhada cristã, firmando seus passos no Caminho e a ensinando sobre soberania e perdão.

Fonte: www.oitavaigreja.com.br

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Cilícia Abjaud

Cilícia Abjaud, 68, é terapeuta ortomolecular. Ela relatou uma parte de seu testemunho mais recente, sobre a cura e a transformação de sua vida e sua saúde, por meio da bondade do Senhor. Aos 57 anos, foi diagnosticada com lúpus eritematoso sistêmico, após uma crise aguda, que foi precedida de um grande abalo emocional. Passou 17 dias internada, recebeu alta, deu início ao tratamento com quimioterapia e viveu meses de dor e angústia, também com outros problemas de saúde decorrentes do tratamento. “Eu não fiquei triste nem um dia, chorei muito, mas eu não fiquei triste”, ela conta, refletindo a sua fé em Deus. Sem saber, os médicos haviam dado a ela dois meses de vida. Sua dor era tão grande que ela chegou a pedir que o Senhor a levasse, mas a resposta que recebeu foi clara: perseverança.
Ela ia se fortalecendo a cada dia, mesmo com os inúmeros problemas de saúde que enfrentou ainda durante o tratamento. Para completar, sua situação em casa não era fácil. A grande tristeza que precedeu a crise foi o abandono do marido, que desistiu do relacionamento por não querer cuidar dela. Passou por todo o tratamento em um período de divórcio, perdeu o plano de saúde para fazer a quimio e a sua independência financeira. “Eu fiquei sem nada. Eu que tinha clínica grande, que sempre fui financeiramente estável, sempre pude doar, sou apaixonada com dar presentes. Nem por um momento eu achei que era injustiça, covardia, mas não era o momento de fazer isso, só que aconteceu”, relata com gratidão.
A terapeuta conta que anos depois pôde se casar de novo e reconstruir sua vida: “Foi uma das grandes e excelentes coisas que Deus fez comigo”, afirma. Com uma fé inabalável, ela testemunha o poder de Deus para restauração e a sua gratidão pela cura e renovo de sua saúde: “Quando Deus restaura, ele restaura por completo, ele devolve a força, o ânimo, ele nunca tira a sua alegria, ele te mantém bonita porque ele sabe que faz parte do nosso universo feminino”, finaliza.

Fonte: www.oitavaigreja.com.br