A história de Geruza Moura, 37, professora, também envolve aceitação e autoimagem, mas desta vez, a sua vitória foi contra o preconceito. Ela conta que desde a infância, passando pela adolescência, enfrentou lutas na questão racial: “A sociedade nos anula querendo que a gente seja aquilo que a gente nao é, então eu tive muita crise por causa do cabelo, com o jeito de ser…”, relembra. Foi na universidade que ela pôde confrontar o racismo e mostrar ao mundo o seu valor, quando baseou sua monografia no tema da representatividade afro-brasileira nos livros didáticos. Sua pesquisa foi para fora do país e isso a fortaleceu ainda mais.
Ela comenta que, ao dar aulas, começou a ir com o cabelo natural, deixando de alisá-lo e isso fez com que várias de suas alunas a tivesse como um bom exemplo, pois enxergavam nela a representatividade que não tinham. Algum tempo depois, Geruza também entrou para o ramo da barbearia, valorizando os cachos, o black e devolvendo a identidade a tantas pessoas “escondidas” por trás de um cabelo com química. “É algo que me fortificou como pessoa, de me aceitar, de me amar, de gostar de mim do jeito que eu sou. Tantos diferentes também, às vezes, não se aceitam, queriam ser o outro, mas é uma mistura, Deus fez essa mistura é para compor um quadro. A beleza brasileira é maravilhosa e nós temos que nos enquadrar dentro disso porque foi Deus quem nos fez assim, e o amor próprio vai transmitir isso pro próximo”, enaltece.
fonte: www.oitavaigreja.com.br