No cristianismo, a divisão
mais fundamental entre os homens é entre os salvos e os não-salvos (ou como é
expressado no sentido eterno, os eleitos e os réprobos, a linhagem de Caim e a
linhagem de Sete) e, embora divisões de raça, nação, tribo, língua e classe
sejam reconhecidas, elas não são primárias; pelo contrário, somos salvos a
despeito delas e, no último dia, se alguém era rei ou escravo na terra, isso
não importará se ele não está em Cristo. (ver Ap 5.9 e 6.15-17, por exemplo). O
reino dos céus também nunca será plenamente realizado aqui na terra, nesta
presente era má, e certas coisas, como o ódio e a pobreza, não podem ser
eliminados porque o pecado continuará até Cristo voltar. O chamado primário dos
cristãos, portanto, é proclamar o evangelho, que homens creiam no Senhor Jesus
Cristo, sejam salvos e tornem-se membros do Seu corpo, a Igreja. Dentro da
igreja aqui na terra, as pessoas podem continuar membros da mesma raça ou
classe, mas essas divisões são sem importância e, como o Apóstolo Tiago indica,
não deveriam fazer qualquer diferença entre os crentes. Adicionalmente, nossa
posição na sociedade humana não deveria ter peso sobre nossa posição na igreja,
e a fraternidade deveria ser possível (e, muitas vezes, é) entre o muito rico e
muito pobre.
No marxismo, a divisão
primária é a de classe – os “têms” e os “não-têms” , e os têms tem o que têm
porque impedem que os não-têms obtenham acesso aos meios de acumular
prosperidade material que os permitira tornar-se têms também. Isso significa
que o rico ficou assim fazendo os outros ficarem pobres e, enquanto o rico
permanecer rico, o pobre permanecerá pobre. Portanto, toda a história humana,
para o marxista, é um conflito político entre oprimidos e opressores, e na
teologia da libertação, que é derivada das teorias políticas do marxismo, Jesus
é o campeão dos oprimidos que exige a derrubada dos opressores e a criação de
um reino igualitarista aqui na terra. No marxismo, o reino pode se realizado
aqui na terra via reeducação e uma reorganização fundamental a sociedade onde
os opressores perdem suas vantagens e privilégios matérias ou voluntariamente
ou pela força, e sua prosperidade e influência são redistribuídos para nos
não-têms de forma que, na teoria, todo mundo tem uma quantidade igual de
riqueza e poder.
Na Teologia da Libertação
Negra, a divisão fundamental é entre brancos (opressores) e negros (oprimidos),
mas há outras variedades de teologia da libertação como a Teologia Feminista,
que vê a divisão essencial como sendo entre homens (opressores) e mulheres
(oprimidas), e a Teologia Queer, que vê a divisão essencial como sendo entre
heterossexuais (opressores) e homossexuais (oprimidos). Com frequência, essas
correntes correm juntas para criar um quadro mais amplo de oprimidos (mulheres,
minorias, homossexuais, transgêneros, etc.).
Além disso – e isso é
incrivelmente importante –, no cristianismo a comunhão primária se baseia na
comunhão em Cristo. Isso significa que, no cristianismo, independentemente de
raça, nação ou classe, você é meu irmão ou irmã se somos ambos crentes no
Senhor Jesus Cristo. No marxismo, por outro lado, a comunhão primária baseia-se
na nossa posição em comum no conflito político. Portanto, no marxismo, somos
camaradas se somos ambos membros de uma classe oprimida lutando contra a
opressão. Assim, para alguém na classe opressora tornar-se um camarada, ele
deve repudiar sua classe e origem, condenar seus privilégios, livrar-se de suas
vantagens materiais e ativamente juntar-se ao conflito. Somente, então, ele se
torna um camarada. Na prática, isso significa que, na teologia da libertação
negra, não pode haver comunhão real entre negros e brancos até que esses
brancos repudiem sua raça, condenem e lamentem seus privilégios e ativamente
juntem-se ao conflito político.
Essa ideologias (Cristianismo
e Teologia da Libertação [Preencha a Lacuna]) são fundamentalmente
incompatíveis e não podem coexistir na igreja. Uma inevitavelmente acabará
expulsando a outra.
Autor: Andrew Webb
Fonte: www.reforma21.org
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