Poucas
coisas são tão atraentes quanto o sucesso: atingir metas, superar-se,
conquistar, ser reconhecido. O homem moderno – e talvez em todas as épocas –
sempre tem sido movido pela ambição, que na sua essência, não é necessariamente
ruim, mas que pode, facilmente, se transformar em cobiça, ganância e até mesmo
obsessão.
Curiosamente,
o insucesso pode trazer novas perspectivas e nos livrar de um desastre moral ou
espiritual. Henry Ford afirmou que “o insucesso é apenas uma oportunidade para
recomeçar com mais inteligência”. A obsessão pelo sucesso pode transformar-nos
em seres sem consciência e sem alma, e podemos nos perder no afã de termos reconhecimento
ou popularidade.
Um dos
alpinistas mais conhecidos do mundo é Ed Viesturs, que escalou todos os 14
picos do Monte Everest. O que o distingue dos demais é o fato de ter alcançado
os cumes sem a ajuda de um tanque de oxigênio. Imprudência nunca foi sua
característica. Em 1987, quando estava a 100 metros de um cume, ele voltou.
Estava sem corda para escalada e ficando escuro. Sua frase tornou-se imortal:
“Chegar ao topo é opcional, mas descer é obrigatório. Muitas pessoas se
concentram no cume e se esquecem desta verdade”.
Esta febre
por estar no ponto mais alto certamente é a causa de muitas escaladas
desastrosas. Em 10 de maio de 1996, o Everest tirou a vida de oito veteranos
que conseguiram chegar ao tempo apesar de grandes obstáculos e clima hostil.
Empolgados pela conquista, se esqueceram dos riscos e quando estavam descendo,
uma tempestade os atingiu e todos eles morreram.
Muitas
pessoas estão perdendo sua vida pela obsessão de chegar ao topo. A febre pela
conquista não se aplica apenas ao montanhismo, mas a todas as áreas da vida. É
fácil negociar a consciência, barganhar a fé, desprezar valores, ignorar a paz
interior, quando a meta pelo poder, dinheiro e sucesso encontram-se diante do
homem. O livro de Provérbios afirma: “O suborno é pedra mágica aos olhos de
quem o dá” (Pv 17.8), mas sua consequência é trágica: “Suave é ao homem
o pão ganho por fraude, mas depois, a sua boca se encherá de pedrinhas de
areia”(Pv 20.17).
Escalar a
escada do sucesso nos desnorteia. A obsessão pelo topo pode destruir. Por isto
a aposentadoria significa um duro golpe para algumas pessoas, chegando a ser
fatal para outras. Não necessariamente o dinheiro, mas o glamour de uma
determinada posição, a mídia, o reconhecimento social. Quando chega o tempo em
que temos de entregar o posto, ou nos retirarmos, devemos nos dispor a colocar
tudo o que temos nas mãos de Deus, reconhecendo que foi ele quem nos deu todas
as coisas.
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O que
importa não é como começamos ou conquistamos, mas como terminamos.
Autor: Samuel Vieira – Pastor na Primeira Igreja
Presbiteriana de Anápolis
Fonte: http://revsamuca.blogspot.com.br/
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