Estive
presente no histórico jogo Brasil & Japão, que abriu a copa das
confederações em Brasília. Achei magnífico a estrutura do novo estádio Mané
Garrincha, me maravilhei com a abertura dos jogos, me senti orgulhoso de ser
brasileiro ao ver as apresentações iniciais, gostei do jogo e do resultado, mas
me senti constrangido com as vaias dadas à nossa presidenta (como ela mesma
gosta de ser chamada).
Não sou
filiado a nenhum partido, embora apóie e respeite aqueles que assim o fazem,
talvez porque penso que uma filiação limitaria minha autonomia e crítica. Não
tenho muita simpatia pela Dilma, mas o que presenciei me deixou taciturno e
reflexivo.
Sei que a
vaia não era à sua pessoa, mas ao poder que ela representa, mas aí está o
problema: Ela representa meu país, fala em nome de minha nação, se encontra lá
legitimamente eleita por um povo que a escolheu pelo voto secreto e pelo
princípio democrático, sua função não foi usurpada, mas conquistada. Ela é
Presidente do Brasil e pelo cargo que ocupa, merece admiração e respeito.
O Rev.
Lee Joon Hee, Ministro Presbiteriano, veio para o Brasil como refugiado
político, saindo da ditadura da Coréia do Norte na Década de 1950, e no seu
diário relatou sua profunda estranheza ao ver que o povo brasileiro não
respeitava os soldados, nem as autoridades que se encontravam no porto do Rio
de Janeiro. Temo que as vaias para Dilma apontem para este veio “anárquico”, e
“desrespeitoso” de nossa cultura.
O
problema do desrespeito às autoridades possui graves e danosas implicações,
atingindo fundamentalmente as instituições: família, escola, igreja,
governo, etc. Por esta razão, muitos alunos hoje se acham no direito de
afrontar e confrontar os professores, e se necessário, agredi-los. Quando os
pais sabem de uma disciplina aplicada aos seus filhos, ao invés de corrigi-los,
resolve tirar “satisfação” com os professores e lideranças da escola. Sou da
época em que, quando eles entravam nas salas de aula, os alunos ficavam em pé,
em sinal de respeito.
É muito
arriscado construir uma nação que zomba da lei e de suas lideranças. Cria-se
assim um estado de caos. Ao zombar da Presidenta, zomba-se também da
instituição que ela representa, e do país que governa. Veja o exemplo de
outras nações: O povo americano tem um profundo respeito, pelo presidente,
independentemente do partido, porque o vê como um legitimo representante da
nação, e em função da liderança que possui, merece toda consideração.
Achei
descabida, desonrosa e acintosa a atitude de quase 70 mil expectadores ali
presentes. Temi pelos nossos filhos, pelas instituições, e me entristeci com a
atitude desamorosa e rude, um
gesto no
mínimo deselegante de nossa parte.
Autor: Samuel Vieira
Pastor na Igreja presbiteriana de Anápolis desde 2003.
Artigo retirado no dia 20/08/2014. Endereço:
http://www.ipbanapolis.org.br/site/?pg=mensagem&id=556
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