sexta-feira, 17 de agosto de 2018

A HISTÓRIA DO AGRICULTOR E DA VINHA



E se eu dissesse a você que Deus gosta de uvas e que Ele mesmo plantou uma vinha? Você acreditaria? - Acredite ou não, foi exatamente o que aconteceu. Quero lhe contar os detalhes – e tomara que você leia até o fim, porque isso diz respeito a você diretamente.
Trata-se de uma profecia de Isaías, em uma época em que os ricos viviam em luxo, corrupção moral, injustiça econômica para com os pobres, escravização, entre outras excentricidades mundanas; e os sacerdotes, também corruptos, exigiam mais sacrifícios, permitiam a idolatria e a imoralidade, inclusive no culto a Deus.
As grandes questões daquele tempo eram filosóficas: “O que é que estava errado?”; “Como isso aconteceu?”; “O que podia ser feito para consertar o erro, a fim de que o homem fosse feliz?”
Pra mim, isso só mostra que as grandes perguntas da humanidade são sempre as mesmas, em qualquer época e lugar. Não é isso, de fato, o que nos intriga hoje, também? Ou seja: que há algo de muito errado com os seres humanos..., que gostaríamos de achar a resposta do que aconteceu..., para, afinal, consertarmos os erros, acharmos o rumo e sermos felizes?
O profeta Isaías vai mostrar no texto que os problemas permanecem os mesmos e sua solução depende, para início de conversa, de uma cosmovisão bíblica.
Cosmovisão é o modo como a gente vê o mundo. Vou lhe dar um exemplo bem prático. Você está lendo esse texto agora. Se já tem um modo todo seu de ver o mundo, eliminando completamente a idéia de religião, de Deus e de Bíblia, vai parar de ler agora mesmo, desconsiderando o que eu acho importante que você saiba.
Entretanto, se você tem um mínimo respeito e temor pelo que o Deus da Bíblia diz, vai considerar chegar ao final dessa leitura, acreditando que por certo o que Isaías diz na Bíblia faz algum sentido para os seres humanos de hoje em dia também – incluindo você e eu. Isso faz parte da cosmovisão; da forma como você e eu vemos o mundo.
Veja você. De acordo com a cosmovisão da Bíblia: Há um propósito (Deus quer Seu povo para a perfeição e para Ele); há um problema (o pecado); há uma só solução (a misericórdia, via redenção através de Jesus Cristo); e também há um juízo (em caso de rebeldia e obstinação).
Entender isso é muito básico; sem o que, ninguém nesse mundo poderá encontrar as respostas para as perguntas cruciais e nem a solução eficaz para os problemas que nos afligem. O poema de Isaías é um quadro vivo da mensagem da Salvação.
Resumindo a parábola: a história toda consiste no drama de um agricultor que plantou uma vinha e fez tudo o que precisava ser feito para que ela desse a ele bons frutos; mas no final ela lhe deu frutos muito ruins. Que frustração! Então, o agricultor avisou o que faria com a vinha – e seu veredicto não foi nada agradável. No poema da vinha de Isaías, a mensagem de Deus grita à consciência do homem rebelde.
Qual é o problema do homem, afinal? – É que ele não conhece a verdade a respeito de si mesmo e nem de Deus. Ah, não conhece não!
Segundo a Bíblia, no propósito de Deus, quando Ele fez o mundo e criou o primeiro casal, havia um homem perfeito, plantado num lugar perfeito, ocupando uma posição perfeita, forjado para escolher andar em perfeição para sempre.
Só que o mal entrou. O relacionamento entre “o lavrador e a vinha” foi quebrado – a comunhão prejudicada. Isaías examina em detalhes a situação do caos que foi instaurado “na grande lavoura”, a partir de então. Isaías vai falar de conseqüências do pecado; de rebeldia; de juízo. A parábola é rica em princípios de Deus e anda livremente da justiça à misericórdia – e vice-versa.
O resumo da ópera, na metáfora da vinha, é este: Deus buscou justiça no homem e encontrou perversidade. Existe uma moralidade na ótica bíblica. Mas em nossos dias (a exemplo dos dias de Isaías), você há de convir que há também (como não poderia deixar de ser, dado o estado corrompido do homem), uma “nova moralidade”, que tenta a todo custo relativizar tudo o que Deus disse. O termo é esse mesmo: “relativizar”.
Que tal olharmos para a nossa época? A relativização dos valores pode ser encontrada em cada instituição, em cada princípio e em cada costume dos nossos dias. A grande luta entre o absoluto e relativo acontece nos mínimos detalhes.
Sempre encontraremos inúmeros questionamentos sérios nos dias atuais, que sofrem esta pressão e que são dignos de exame a partir de uma cosmovisão bíblica – a única que responde satisfatoriamente às perguntas básicas da vida (“O que é o homem e a mulher?”; “O que ambos foram criados para ser e fazer?”; “Como devem viver?”).
A primeira resposta da Bíblia é que o homem não é um animal que vive por instinto. Ele é criatura de Deus e foi feito responsável. Conclusão: há um padrão estabelecido para ser seguido e uma lei que cobra obediência do homem. O propósito é que sejamos justos, disciplinados, controlados, puros, governados por um padrão divino e não pelos nossos desejos corrompidos.
E por que é que o homem age como age? É o modo de Deus que está errado? Por que as pessoas escolhem ser zombadoras? O que há de errado com a demanda de Deus? - Nada! Por isso mesmo, a escolha do homem pela rebelião é contrária à razão; é o avesso do raciocínio lógico. Uvas bravas são uma fraude. O homem sem Deus produz perversão.
Homens estão produzindo o contrário do que deveriam. Mas são indesculpáves, porque Deus sempre enviou Seus profetas para chamá-los ao arrependimento e avisá-los do perigo, caso não se arrependam (e isso em todas as épocas).
O julgamento para aquela geração de Isaías viria (como de fato veio) e sempre virá outra vez para quem quebra a lei do Senhor, rejeita Sua graça e Sua oferta de salvação. E o julgamento consiste, a princípio, em que Deus vá retirar Suas bênçãos, Sua proteção e limites e sua permissão para a felicidade ou o sucesso. Contudo, há conseqüências ainda piores.
E você? Como encara essa parábola da vinha? O que vai fazer da oferta do Deus da Bíblia – a única opção para a salvação do homem perdido em suas tramas antropológicas? Tomara que você tenha sabedoria em suas reflexões e escolhas!
Você encontra a Parábola da Vinha em Isaías 5.1-7

Autora: Irene Costa. Formada em Direito e Educação. É especialista em Teologia Bíblica (pelo Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper), Educação à distância, Educação Infanto-juvenil e Missões Transculturais.

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