quarta-feira, 8 de março de 2017

26 de Março e a importância da volta verde e amarela às ruas

As pautas incluem desde a revogação do Estatuto do Desarmamento até a defesa da Operação Lava Jato.


Os movimentos civis que lutaram pelo impeachment de Dilma Rousseff marcaram sua primeira manifestação deste ano para o dia 26 de Março. As pautas incluem desde a revogação do Estatuto do Desarmamento até a defesa da Operação Lava Jato.
Tendo muito mérito na ida de milhões de brasileiros às ruas para exigir a deposição da ex-presidente por sua fraude fiscal, o Movimento Brasil Livre adota agora um tom mais propositivo, com reformas a serem feitas e instituições a serem preservadas.

A defesa da Polícia Militar e o fim do desarmamento civil são respostas às demandas populares por uma segurança pública mais forte e pelo resgate do direito do cidadão de defender a si e sua família. O caos no Espírito Santo, com quase 200 mortos, reanimou os protestos contra o sucateamento das polícias e a total incapacidade das pessoas comuns de se proteger contra a criminalidade.
Já o apoio à Lava Jato é vital: as investigações policiais e o julgamento de corruptos pela Justiça são importantes tanto para expor os interesses mafiosos por trás de nossa inchada máquina pública quanto para mostrar que nem poderosas figuras nacionais estão acima da lei.
A visibilidade e a lentidão do processo motivam a exigência de se eliminar o foro privilegiado, acabando com a tranquilidade daqueles que contam com o STF para escaparem de sua punição. A Lava Jato também contribui para colocar holofotes na gastança e nos privilégios dos políticos e burocratas.
As reformas trabalhista e previdenciária, felizmente, já estão na agenda do governo Temer. Mas o atual presidente tem a péssima reputação de recuar de medidas liberalizantes quando afrontado por grupos de pressão. É esperado que forças sindicais petistas façam pressão contra qualquer mudança. Mostrar que existe apoio civil às reformas pode acabar sendo a diferença entre a aprovação e o recuo.
No geral, é visível o projeto de um Estado menor, mais focado em suas funções essenciais, que custe menos ao povo e invada menos a vida do cidadão.
É uma proposta muito diferente do que a militância pró-PT oferece, já que esta deseja continuar a expandir o poder e os gastos do Estado brasileiro sem se importar com a crise, bem como nutre visível desprezo à Lava Jato e, em particular, ao trabalho do juiz Sérgio Moro.
Por isso o 26 de Março é um sopro de ar fresco: após meses de protestos petistas clamando por um retorno aos planos de Dilma, surge uma manifestação liberal como alternativa aos insatisfeitos com a situação do País.
Vários brasileiros descobriram no impeachment que sua voz é importante e pode fazer a diferença mesmo em pautas que dependem de largas maiorias no Congresso para serem aprovadas. Políticos reagem a incentivos, e a ameaça de não serem reeleitos caso se coloquem contra o povo é poderosa.
O cidadão comum tem uma força que ainda está descobrindo, e as pautas liberais trazem muitas oportunidades para lutar por um novo Brasil. O sentimento de esperança que motivou inúmeras pessoas a participarem pela primeira vez de movimentos de rua continua presente, e toda conquista feita com essa energia ajudará a mudar os rumos da política nacional.
2016 marcou o fim de uma velha ordem, 2017 pode marcar a renovação que trará um futuro melhor ao País. Quem acreditou que poderia participar de algo impensável tem mais uma chance de deixar sua marca na História.
*Este artigo é de autoria de colaboradores do HuffPost Brasil e não representa ideias ou opiniões do veículo. Mundialmente, o Huffington Post é um espaço que tem como objetivo ampliar vozes e garantir a pluralidade do debate sobre temas importantes para a agenda pública.


Fonte: http://www.huffpostbrasil.com

A MELHOR TERAPIA

– “O que o senhor aconselharia que uma pessoa fizesse, se ela se sentisse na iminência de um colapso nervoso?”
– “Tranque sua casa, vá à rua, encontre algum necessitado e faça algo para ajudar essa pessoa. O amor cura as pessoas, tanto as que recebem quanto as que dão.” (Foi a resposta dada numa palestra sobre saúde mental pelo Dr. karl Menninger, um psiquiatra dos anos 30 que escreveu o livro “A mente humana” (1930), que vendeu mais de 200 mil exemplares.)
Um ditado popularizado pelos antigos afirma:
  • Se quiser felicidade por uma hora, tire uma soneca.
  • Se quiser felicidade por um dia, vá pescar ou vá para praia.
  • Se quiser felicidade por um mês, case-se.
  • Se quiser felicidade por um ano, herde uma fortuna.
  • Se quiser felicidade para a vida inteira, ajude os outros.
Uma das frases famosas da oração de Francisco de Assis:
“Senhor, fazei que eu procure mais… Amar do que ser amado.”
As recomendações bíblicas ecoam: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas.” “Servi uns aos outros.” “Servi com alegria.” “Sede servos uns dos outros pelo amor.” “Servindo de boa vontade.” “Não servindo apenas quando se está sendo cobrado ou fiscalizado.” “Fazer de coração como para o Senhor.”
“Portanto, não se cansem de fazer o bem. No tempo certo, teremos uma boa colheita, se não nos desesperarmos nem desistirmos. Cada vez que tivermos chance, trabalhemos para o benefício de todos, a começar pelos mais próximos de nós na comunidade da fé.” (Gálatas 6.9-10)
Reconheça as necessidades ao seu redor e procure suprir de alguma forma ou cooperar para que sejam supridas. Comece em sua própria casa. Com seu cônjuge. Com seus filhos. Com seus pais.
Mantenha os olhos abertos. Você descobrirá que uma das melhores terapias do mundo é ajudar os outros.
Temos da parte do Senhor Jesus o exemplo, a inspiração e o mandamento para servir. Ele desceu da glória para servir e se tornar o nosso salvador e Senhor e nos dar corações que se alegram e se dispõem a servir.
Após lavar os pés dos discípulos Ele disse: “Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns dos outros, porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz, façais vós também.” (João 13.14-15)
Uma igreja é uma comunidade de serviço e de ajuda. Ela foi criada e existe para realizar o ministério de Cristo. Servir e dar a vida por muitos. Uma igreja é, ou deveria ser, consequentemente, uma comunidade terapêutica. Ela tem sua razão de ser para ajudar e servir. O melhor serviço que uma igreja pode prestar a seus membros, à sua cidade e às nações é conduzi-los à viva esperança que é Cristo Jesus.
Pr. Jeremias Pereira
Pastor Titular da Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte
Fonte: www.oitavaigreja.org.br


Desordem mental sociológica

A situação caótica da cidade de Vitória nestes últimos dias, deflagrada pela greve dos militares, com os subsequentes desenvolvimentos de violências e assassinatos, saques a lojas, agencias e supermercados podem ser definidos como “desordem mental sociológica”. Algo muito estranho está acontecendo na Terra Brasilis.

O que vimos está próximo da barbárie, não por causa da extensão em si dos problemas, mas pela estranheza de parte da comunidade que demonstra uma disposição psicológica em usar da prerrogativa da falta de policiamento para instaurar o caos e o terror. De forma tosca seria como se uma aldeia descobrisse que o líder tribal está gravemente enfermo e a tribo resolvesse conspirar contra a unidade e a paz. Isto é anomia social.

Assusta-nos a violência em si, e assusta-nos o fator psicológico com seus inerentes efeitos sociais. Sempre ouvimos falar que o Brasil é um pais pacífico, mas as estatísticas dizem o contrário. O Brasil é, ou tem se tornado, um país violento. Em 2016, foram registrados 511 mil assassinatos no mundo, 56 mil apenas no Brasil. Se o Estado de Alagoas fosse uma nação, seria a segunda nação mais violenta do mundo.


O que está levando o Brasil a este caos? Trazendo esta “desordem mental sociológica”? A esta sensação de Estado sem lei e poder paralelo? Como responder a esta angústia social que aos poucos tem transformado o tema da segurança pública na questão principal da politica, quando deveríamos estar investindo recursos e planejamento em educação e saúde?


A “teoria das janelas quebradas”, parece se aplicar ao contexto brasileiro. A lógica é a seguinte: Uma rua suja estimula outras pessoas a jogarem lixo no chão; um lote baldio cheio de entulhos, motiva o vizinho a jogar ali o seu lixo; regiões depredadas e sujas, atraem a marginalidade. O abandono do centro de São Paulo com casarões abandonados e grafitados, atrai viciados em droga e criou um lixão conhecido como Cracolândia, um inferno no meio da cidade, com todas as suas vilezas e desumanização.

Cidades limpas encorajam a ordem, a disciplina, o bem estar. Ambientes violentos geram violência. Um abismo sempre chama outro abismo.

Nos tempos bíblicos há um registro lacônico: Quando o Estado teocrático deixou de ser governado pelos profetas e ainda não havia sido estabelecido a monarquia, criou-se um vácuo de liderança, e a Bíblia registra: “Naqueles dias não havia rei em Israel, cada um fazia o que queria”. A ausência do estado, gerou uma situação de caos.

Assim acontece hoje. A falta de modelos de liderança, abuso de poder, malversação das coisas públicas, leva os cidadãos a se considerarem no direito de estabelecer sua própria lei.

O drama da cidade de Vitória reflete a liderança inescrupulosa e casuísta de um Estado sem autoridade. Mentes adoecidas reproduzem o modelo corrupto, que na sua essência é também violento, seguindo o padrão das janelas quebradas. A lógica é: Se há corrupção generalizada, então posso participar deste “ethos”. Se sou violentado, posso violentar, se a rua está suja, posso atirar minha latinha de refrigerante no chão. Para mentes deformadas, se tudo está ruim, estou pronto a colaborar para o caos. É neste contexto que surge a “desordem mental sociológica”.


Por Samuel Vieira – pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Anápolis

Fonte: www.samuca.blogspot.com